A PR1 - Rota do Sirigo tem início no largo junto à capela de Ferronha e convida a descobrir a serra que lhe dá nome, num percurso marcado pelo ambiente rural e pela autenticidade das pequenas aldeias beirãs. Ao longo do caminho, o visitante encontra uma natureza vibrante e genuína, onde soutos e pomares são presença constante e refletem o modo de vida das gentes locais.
Estas terras guardam marcas da presença humana desde tempos ancestrais. São exemplo disso os monumentos megalíticos, como os dólmens da Lameira de Cima e o menir do Vale de Maria Pais, mas também vestígios proto-históricos e romanos da Quinta dos Carvalhais, em Antas, e da Quinta do Vale de Outeiro, em Ourozinho, atravessada por um tramo de calçada antiga. Lagares e sepulturas escavadas na rocha testemunham a longa história de ocupação deste território.
Além da riqueza paisagística, a rota revela um património geológico, histórico, religioso e artístico de grande valor. Entre os pontos de interesse destacam-se a enigmática Pedra-que-Abana, a Ponte Pedrinha, as igrejas de São Miguel, em Antas, e de Nossa Senhora da Assunção, em Ourozinho, bem como várias capelas dedicadas a santos e devoções locais, que ao longo do ano são palco de festas e romarias.
Um dos grandes símbolos deste percurso é o imponente Castanheiro da Guerra, árvore quase milenar cuja dimensão impressiona. São precisos treze adultos para abraçar o seu tronco. Conta a lenda que, durante as invasões francesas, parte da população se escondeu na sua copa, o que poderá estar na origem do seu nome.
A Rota do Sirigo é, assim, uma verdadeira viagem no tempo. Entre paisagens que deslumbram, história que se sente a cada passo e tradições que continuam vivas, este trilho é uma oportunidade única para conhecer a alma de Penedono e a força das suas gentes.