Rota Carmelita - 4 etapas
Coimbra - Rabaçal ( 30 km )
A primeira etapa da Rota Carmelita liga Coimbra ao Rabaçal, percorrendo cerca de 30 km por caminhos que misturam história, natureza e espiritualidade. O trajeto inicia-se na cidade de Coimbra, junto ao Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, um dos marcos do percurso. A partir daí, os peregrinos atravessam as margens do rio Mondego, seguindo em direção a Condeixa-a-Nova, onde o cenário urbano dá lugar a paisagens rurais e trilhos envoltos por vegetação típica da região.
Ao longo do percurso, encontram-se pequenos povoados, igrejas e antigos caminhos usados por peregrinos ao longo dos séculos. A meio da jornada, Conímbriga surge como um ponto de interesse obrigatório, com as suas impressionantes ruínas romanas, testemunho da história milenar da região.
A segunda metade da etapa conduz os caminhantes por trilhos rodeados de olivais e campos agrícolas, aproximando-se da aldeia do Rabaçal, famosa pelo seu queijo DOP. O final do percurso acontece no centro da localidade, onde os peregrinos podem descansar e apreciar a gastronomia local antes de seguir para a próxima etapa rumo a Fátima.
Rabaçal - Bofinho ( 32 km )
A segunda etapa da Rota Carmelita estende-se por 32 km, ligando Rabaçal a Bofinho através de um percurso repleto de paisagens rurais, vales verdejantes e pequenos povoados históricos.
A saída de Rabaçal faz-se por trilhos ladeados por antigos muros de pedra e campos agrícolas, onde o silêncio apenas é quebrado pelo som da natureza. O percurso segue em direção a localidades como Alvorges e Ansião, atravessando caminhos ancestrais que já foram pisados por pastores e peregrinos ao longo dos séculos.
A meio da jornada, a paisagem torna-se mais variada, com trechos de floresta, proporcionando momentos de contemplação. Pequenos santuários e igrejas surgem pelo caminho, reforçando o caráter espiritual da rota.
Os últimos quilómetros aproximam os caminhantes de Bofinho, onde a tranquilidade do ambiente rural convida ao descanso antes de enfrentar a próxima etapa rumo a Fátima.
Bofinho - Ourém ( 33 km )
A terceira etapa da Rota Carmelita cobre 33 km, ligando Bofinho a Ourém num percurso diversificado que combina paisagens naturais, aldeias tradicionais e pontos de interesse histórico.
A jornada inicia-se em Bofinho, atravessando caminhos rurais e florestais que levam os peregrinos até Santiago da Guarda, onde se destaca a sua torre medieval e vestígios de ocupação templária. Seguindo em frente, a rota conduz até Freixianda, uma vila tranquila com forte tradição agrícola e um ambiente acolhedor para quem por ali passa.
Pouco depois, os caminhantes encontram um dos tesouros naturais da etapa: a Nascente do Olho do Tordo. Este local, de águas cristalinas que brotam da terra, proporciona um momento de pausa e contemplação, sendo um dos pontos mais belos do trajeto.
À medida que se avança em direção a Ourém, o percurso torna-se mais ondulado, revelando gradualmente a imponência do seu castelo medieval, visível no horizonte. A chegada à cidade histórica marca o final da etapa, onde os peregrinos podem descansar antes de enfrentar a última jornada rumo a Fátima.
Ourém - Fátima ( 16 km )
A última etapa da Rota Carmelita percorre 16 km, ligando Ourém a Fátima num trajeto de subida gradual, marcado pelo simbolismo espiritual e pela beleza da paisagem natural.
A caminhada inicia-se no centro de Ourém, atravessando estradas rurais e caminhos ladeados por oliveiras, sobreiros e azinheiras, típicos da vegetação mediterrânica da região. A paisagem alterna entre campos agrícolas, pequenos bosques e áreas mais abertas, onde o aroma do alecrim e do rosmaninho acompanha os peregrinos ao longo do percurso.
À medida que se avança, a subida torna-se mais evidente, mas o trajeto mantém-se acessível. O silêncio e a tranquilidade do caminho convidam à introspeção, tornando esta etapa especial para muitos caminhantes. Nos últimos quilómetros, já é possível avistar os primeiros sinais de Fátima, e a emoção cresce com a aproximação ao destino final.
A chegada ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima é um momento marcante, encerrando a jornada da Rota Carmelita com um sentimento de realização e espiritualidade. Para muitos, este é o ponto culminante de uma experiência de fé, descoberta e ligação à natureza.