O percurso tem início em Rebordainhos e segue para a aldeias de Pereiros, depois da qual se sobe em direção à Fraga Rachada, contornando o Cabeço e apreciando o vale que se abre à nossa esquerda. A vegetação é abundante sendo salpicada pontualmente por lameiros verdejantes. O percurso segue então para Pombares (freguesia agregada a Rebordainhos desde 2013), onde se evidencia a Igreja Paroquial sob a invocação de S. Frutuoso, e de onde se desce para o Vale do Rio Azibo até encontrar a aldeia de Teixedo. Apesar das habitações em ruínas, a Capela de S. Frutuoso encontra-se bem conservada, e em todo este vale permanece o encanto de antigamente... Continuando a acompanhar o rio, rapidamente se volta às proximidades da aldeia de Pereiros. Nessa altura o percurso segue a direção contrária, subindo ao alto das Covas e beneficiando de uma excelente panorâmica sobre o percurso já realizado. O regresso a Rebordainhos faz-se por caminho florestal.
Património Natural
Todo o percurso se desenvolve no Sítio Rede Natura 2000 Montesinho Nogueira. Esta área caracteriza-se por um interessante "mosaico de habitats", no qual se evidenciam os matos rasteiros, extensos carvalhais de carvalho-negral (Quercus pyrenaica), azinhais (Quercus rotundifolia) de crescimento lento, prados permanentes (lameiros) essenciais à agricultura de montanha, muito baseada na exploração pecuária extensiva de ovinos e bovinos, e ecossistemas ribeirinhos. No que se refere à fauna esta é uma das áreas mais importantes, a nível nacional, para a conservação do lobo (Canis lupus). Na parte ribeirinha do percurso, troço inicial do Rio Azibo, cuja nascente se localiza próximo de Rebordaínhos, será possível encontrar espécies como a toupeira-de-água (Galemys pyrenaicus), a lontra (Lutra lutra), ou o lagarto de água (Lacerta schreiberi).
Património Cultural
O nome Rebordaínhos terá origem no étimo latino "robur", e aludirá à abundância de Carvalhos (carvalho-comum ou alvarinho), que compunham o coberto florestal primitivo desta região. Rebordaínhos foi vila medieval, mas nunca chegou a possuir o estatuto de concelho, embora fosse detentora de autonomia administrativa e judicial. O seu pelourinho terá origem no séc. XVI, tendo sido classificado Imóvel de Interesse Público em 1933. Ao lado deste destaca-se a Igreja Matriz, dedicada a Santa Maria Madalena, um templo oitocentista de proporções medianas e traça austera. Ao longo do percurso é também possível a visita a outros templos: a Capela de Pereiros, a Igreja Matriz de Pombares e a Capela de Teixedo. Associada à Capela de S. Frutuoso, está a existência de uma "fonte milagrosa" em Teixedo, cujas águas curam animais enfermos. A aldeia de Teixedo está atualmente desabitada tendo entrado em declínio nos finais do séc. XVII, início do seguinte.